segunda-feira, 29 de abril de 2019

Intolerância religiosa: lançamento do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro)

Vivemos em um país que sofre constantes perseguições religiosas, especialmente quando se trata de religiões de matriz africana. No final do mês de março, o STF julgou como constitucional o sacrifício de animais em cultos religiosos, o que gerou burburinho nas redes sociais. E daí nos surge um questionamento: por que o peixe da sexta-feira santa ou o peru do natal não causam comoção? Seria essa uma “comoção” seletiva ou simplesmente o preconceito e intolerância?

@afoxeogumpa (Afoxé Ogum Pá, do terreiro Ilê Axé T'ojú Labá, comandado por Mãe Dora de Oyá)

Caso você não saiba, a nossa comunidade teve uma boa notícia no que se refere às religiões Afro-Brasileiras. O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) foi lançado em SP com o intuito de assessorar e orientar os seguidores religiosos sobre os seus direitos assegurados por lei. Além disso, o grupo multidisciplinar de especialistas formado pelo instituto irá desenvolver projetos com órgãos públicos e atuar na defesa de casos de intolerância religiosa.
É difícil lidar com uma sociedade que nos impede até de praticar nossas crenças. Só para vocês terem noção, no primeiro semestre de 2018, através do Disque 100, o Ministério dos Direitos Humanos (MDH) mapeou 210 registros de denúncias de discriminação por religião, tendo o Rio Grande do Norte, São Paulo e Rio de Janeiro como os estados campeões. Ano passado, a cada 15 horas era registrado um caso de intolerância religiosa.
O coordenador geral do Idafro, Dr. Hédio Silva Jr, conta que a missão do instituto é a defesa de liberdade de consciência e crença, a luta pela superação da intolerância religiosa e promoção da tolerância e da cultura de paz, incluindo a concretização dos direitos das religiões afro-brasileiras e seu acesso à Justiça. O Idafro também conta com a coordenação técnica do Dr. Antônio Basílio Filho, Dr. Jáder Freire de Macedo Jr, Dr. Sinvaldo José Firmo, Dr. Anivaldo dos Anjos Filho, Dra. Karina Lopes e Dra. Haydeé Paixão. Maior respeito por essa galera!
O objetivo do instituto é que ele seja de extensão nacional. O Dr. Hédio explica que “podem associar-se organizações religiosas legalmente constituídas ou não, sacerdotes, sacerdotisas e fiéis das religiões afro-brasileiras, advogados, estudantes de Direito, bem como quaisquer pessoas que concordem com os objetivos da entidade”.
Precisamos nos manter firmes e proteger as nossas raízes e tradições.
Saravá!

E pra estampar o orgulho por nossa religião e nossas raízes, você já sabe onde encontrar as camisetas mais estilosas: no site da Negro!

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