segunda-feira, 13 de maio de 2019

Sobre ser negro e LGBTQ+ | Parte I


17 de maio é o  Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia. Para falar da luta e sobrevivência das pessoas negras LGBTQ+, conversamos com Matheus Asmassalan, Piauiense, Psicólogo, Mestre em Psicologia do Desenvolvimento Escolar pela UnB e Doutorando em Psicologia pela UFBA.

Assim como muitos negros gays, Matheus passa por diversos processos que o faz refletir sobre suas lutas diárias em uma sociedade racista e homofóbica. O resultado desse processo também o ajuda a construir o orgulho e resistência de ser quem ele é. Voa, Matheus!



"Ser negro é ser um corpo histórico.
É ser um templo em movimento.
É ser presente, história e futuro.
Eu sou a possibilidade que os meus ancestrais sonharam.
Eu sou a concretização em vida da abdicação de educação dos meus antepassados que para sobreviver, (r)existiram para que estivesse aqui.
Ser negro e LGBT é ser corpo histórico, resistente e insurgente.
É viver a teimosia do não e se projetar na beira no sim.
Corpo preto não se joga, se projeta. Corpo preto não se passa, brilha como ouro.
Quando eu dou pinta, é reverência a possibilidade de amor que me foi negada antes e a vivo hoje.
Ser homem e amar outro homem torna mais colorida a vida.
Ser LGBT e negro amando, é provocar rupturas nas estruturas das violências, é ser pé na rachadura, é (sobre)viver esperança.
Amar e ser negro&LGBT é estar na luta das trincheiras todo dia e reafirmar que o amor através do corpo vence o ódio.
Amar e ser negro&LGBT é subir e descer as ladeiras da vida acreditando em dias melhores, em dias de liberdade, em uma vida para transgredir.
Ser negro vivo, ser LGBT vivo e estar vivendo, sorrindo e amando é um ato de resistência a cada passo.
Meu corpo, meu amor, minha história, meu futuro são (r)existências. É isso que é ser Negro e LGBT."

- Matheus Asmassalan

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