Assim como os demais países latino-americanos, o Brasil segue carregando as mazelas do racismo estrutural que foram herdadas do período escravocrata e colonialista. A comunidade negra vem há séculos lutando por cidadania e igualdade.
Se entrarmos no assunto mulheres, podemos encontrar números preocupantes. Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que dos 25 países com maiores índices de feminicídio no mundo, 15 ficam na América Latina e no Caribe. As mulheres negras são as que mais sofrem com violência obstétrica, abuso sexual e homicídio. O Mapa da Violência 2016 mostra que em 10 anos o número de homicídios de mulheres negras subiu 54%, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013.
Feminismo Negro
No dia 25 de julho de 1992, em Santo Domingo, República Dominicana, foi realizado o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, onde discutiam sobre racismo, machismo e formas de combatê-los. Um marco internacional da luta e resistência da mulher negra que foi reconhecido pela ONU e se tornou uma data de visibilidade às questões de desigualdade racial e de gênero.
A data – Tereza de Benguela
Sendo o Brasil o país com maior índice de feminicídios da América Latina, em 2014 a então presidenta Dilma Roussef, transformou a data em comemoração nacional. No dia 25 de julho é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, uma homenagem à líder quilombola que viveu durante o século 18.
Tereza era esposa de José Piolho, líder do quilombo Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela de Santíssima Trindade, no Mato Grosso. Após a morte do seu companheiro, Tereza se tornou rainha do quilombo e mostrou suas habilidades como líder. Lá, criou um parlamento, organizou a produção de armas, colheita e plantio de alimentos e chefiou a fabricação de tecidos que eram vendidos em vilas próximas.
Sob o seu comando, o quilombo do Quariterê resistiu duas décadas. Em 1770, Tereza de Benguela foi capturada e morta após seu quilombo ser atacado e destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho. Sua população foi morta e/ou aprisionada (79 negros e 30 índios).
Portanto, o dia 25 de julho tornou-se uma data que não só homenageia a história de uma grande líder e guerreira quilombola contra a escravidão, como também propõe exigir políticas públicas voltadas para a redução da desigualdade social, promover a troca de saberes, dar visibilidade à mulher negra latino-americana e caribenha, fortalecer a luta contra o machismo, racismo e violência, além de conscientizar a sociedade sobre suas lutas.
A Sandra Pereira Braga, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), falou para o Terra dos Direitos sobre a importância da luta das mulheres negras pelos direitos, principalmente pelo direito ao território.
E já que estamos falando de resistência e luta, a Negroblue tem camisetas feitas para inspirar o dia a dia e se vestir de orgulho. Você as encontra no Conic, no site negroblue.com.br ou no WhatsApp (61) 9 9556-1016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário