quinta-feira, 4 de julho de 2019

Lima Barreto: um dos maiores jornalistas e escritores do Pré-Modernismo

Convidamos você para conhecer a história de um dos mais renomados jornalistas e escritores do Pré-Modernismo: Afonso Henriques de Lima Barreto. Nascido no dia 13 de maio de 1881, natural de Laranjeiras, Rio de Janeiro, Lima Barreto, assim como ficou conhecido, era filho do tipógrafo Joaquim Henriques de Lima Barreto e da professora Amália Augusto, ambos pobres e descendentes de escravos.
Aos seis anos, ficou órfão de mãe e seu pai foi trabalhar em um asilo para pessoas com problemas psiquiátricos na Ilha do Governador. Seu padrinho, o Visconde de Ouro Preto, o possibilitou ter um ensino de qualidade. Então, Lima Barreto fez curso secundário no Colégio Pedro II, depois ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde iniciou o cursou Engenharia. Infelizmente, em seu terceiro ano de curso, foi obrigado a abandoná-lo porque seu pai sofria de problemas psiquiátricos. Ele precisava sustentar os três irmãos que agora se tornariam sua responsabilidade.






Como Lima Barreto havia lido bastante após a conclusão do segundo grau, isso o possibilitou uma produção textual de qualidade e é aí que ele começa suas atividades como jornalista. Na sua época, contribuiu para revistas como Brás Cuba, Fon-Fon, Careta, entre outras. No entanto, o que de fato ajudava no sustento de casa era o cargo de escriturário do Ministério da Guerra. Lima Barreto também chegou a publicar artigos e crônicas no “Correio da Manhã”, Jornal do Commercio e veio a fundar a revista Floreal, que teve apenas quatro publicações, onde iniciou “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, folhetim que depois foi publicado como livro em 1909.
Durante sua vida, Lima Barreto não foi reconhecido na literatura. Sua jornada foi complicada e marcada por preconceito, racismo e alcoolismo. Foi internado duas vezes devido ao seu problema com o álcool e alucinações decorrentes do consumo, sendo a primeira vez em 1914.





Seus livros canalizavam experiências pessoais onde misturavam suas vivências com o álcool, preconceito, racismo e desigualdade social. Dois de seus clássicos onde podemos encontrar relatos assim são Clara dos Anjos, que fala sobre o racismo e decisões políticas quanto à Primeira República, e O Cemitério dos Vivos, que relata sentimentos que viveu enquanto esteve internado.
Um de seus maiores livros, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, fala sobre a vida política do Brasil após a Proclamação da República e narra as frustrações de um funcionário público, nacionalista fanático, sonhador e ingênuo que dedica a vida a estudar as riquezas do país.
A literatura passou por transições em que a influência europeia foi se perdendo e dando lugar para uma nova ideologia e linguagem. É nesse período, na primeira década do século XX, que as obras de Lima Barreto representam o que chamamos de Pré-Modernismo. Por ter uma linguagem mais simples e coloquial, Lima Barreto chegou a despertar a ira de alguns acadêmicos e conservadores da época.
Vítima de um ataque cardíaco, em razão do alcoolismo, Lima Barreto faleceu no dia 1º de novembro de 1922, aos 41, no Rio de Janeiro. E, assim, encerra-se a trajetória do homem negro considerado por muitos um sucessor de Machado de Assis.

Curiosidades

•    No dia 13 de maio de 1888, quando a Princesa Isabel assinou em Praça Pública a Lei Áurea, Lima Barreto, era um dos meninos negros que comemoravam a abolição. A data era a mesma do seu aniversário e suas recordações marcaram bastante as suas obras.
•    Há um filme chamado Policarpo Quaresma, Herói do Brasil, lançado em 1998, com direção de Paulo Thiago.

Obras de Lima Barreto

•    Recordações do Escrivão Isaías Caminha, romance, 1909
•    Aventuras do Dr. Bogoloff, humor, 1912
•    Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance, 1915
•    Numa e Ninfa, romance, 1915
•    Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, romance, 1919
•    Os Bruzundangas, sátira política e literária, 1923
•    Clara dos Anjos, romance, 1948
•    Coisas do Reino do Jambon, sátira política e literária, 1956
•    Feiras e Mafuás, crônica, 1956
•    Bagatelas, crônica, 1956
•    Marginália, crônica sobre folclore urbano, 1956
•    Vida Urbana, crônica sobre folclore urbano, 1956

Referências
Brasil Escola
Ebiografia

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