segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Conjuração Baiana: um movimento por independência e liberdade!

No final do século XVIII, na Capitania da Bahia, mais precisamente entre 1798 e 1799, aconteceu a Conjuração Baiana, também conhecida por Revolta dos Alfaiates, uma das maiores revoltas populares e negras do Brasil. Esse nome deve-se ao fato de que muitos integrantes da revolta exerciam essa profissão.
Mesmo tendo começado com reuniões das classes médias, logo ela foi tomada pelo clamor popular que ali queriam fazer revolução pelos seus direitos e equidade racial. Sendo uma revolta social de cunho popular, alguns dos principais líderes foram os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus Nascimento, todos negros e pardos. E também o médico e filósofo Cipriano Barata, conhecido como médico dos pobres e com grande influência da maçonaria.


Causas da revolta
Entre 1788 e 1801, Fernando José de Portugal e Castro era responsável por governar a capitania da Bahia, o que causou bastante insatisfação na população durante esse período devido aos preços elevados das mercadorias, em especial alimentos. Isso os levou a praticar saques em açougues, mercados e vendas em geral para obter mercadorias essenciais. Além disso, a insatisfação do domínio de Portugal sobre o Brasil também contribuiu para a revolta.
Alguns dos seus principais objetivos era o fim do pacto colonial com Portugal, liberdade comercial no mercado interno e externo, abolição à escravidão e privilégios sociais, aumento de salários para soldados e implantação da República.

Bandeira da Conjuração Baiana. As cores da bandeira do movimento (Azul, branca e vermelha) são até hoje as cores da Bahia.

Influências
Vale lembrar que dez anos antes havia acontecido a Inconfidência Mineira na região de Minas Gerais e suas ideias chegaram à capitania da Bahia. As ideias iluministas e republicanas das Treze Colônias Inglesas também chegaram aos ouvidos dos moradores da Bahia. No entanto, a Revolta dos Alfaiates tinha a libertação dos escravos como um dos seus ideais, a fim de que todos tivessem direitos e deveres individuais, diferentemente de outras revoltas como a própria Inconfidência Mineira.

A Revolta
No dia 12 de agosto de 1798, o movimento foi delatado para o governador por um dos seus integrantes, o ferreiro José da Veiga. Claro que o governador não gostou nada da notícia e enviou forças militares para que o movimento não acontecesse. Muitos dos membros foram presos enquanto distribuíam panfletos em frente a igrejas e ruas da capitania com a seguinte mensagem:
"Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais." (RUY, 1942, p. 68.)
Durante a repressão, muitas pessoas foram denunciadas, entre elas militares, funcionários públicos, pessoas da igreja como padres e pessoas de todas as classes. 
No dia 8 de novembro de 1799, Lucas Dantas do Amorim Torres, Manuel Faustino dos Santos Lira, Luís Gonzaga das Virgens e João de Deus Nascimento foram condenados à pena capital, por enforcamento, tendo suas cabeças espalhadas pela cidade para que servisse de exemplo à população que lutava contra a Coroa.



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