Sendo um importante grupo étnico do Gana, eles eram poderosos, militaristas e bastante disciplinados. Após a queda do Império Gana, em 1200, eles migraram para a região noroeste do Rio Níger, o que comprovam etnolinguistas por detecção e uso de palavras e por língua padrão ao longo da África Ocidental.
Yaa Asantewaa em defesa do seu povo
No meio disso tudo, surge uma mulher guerreira: Yaa Asantewaa. Ela foi líder da última resistência que ocorreu no século passado contra o colonialismo britânico. A história conta que em 1900 o Império Ashanti estava sob ataque britânico e seu rei se isolou nas ilhas Seychelles. Foi a partir daí que sua tia, Yaa Asantewaa, tornou-se um símbolo de força e coragem no Gana.
Yaa Asantewaa - Foto retirada do site Kentake Page |
Tudo começou quando o governador britânico Sir Frederick Hodgson exigiu sentar-se no Trono de Ouro dos Ashantis e reivindicou o objeto, o que, obviamente, deixou a população se sentindo desrespeitada e enfurecida. Reza a lenda que o Trono de Ouro veio dos céus e é o guardião do espírito da Nação Ashanti, considerado um objeto sagrado, símbolo de poder e união.
Devido tamanho desrespeito com o seu povo, Yaa Asantewaa resolveu agir em defesa dele. Quando percebeu que os homens estavam inertes, ela falou que convocaria todas as mulheres para lutar pelo Trono de Ouro e disse: “Se vocês não fizerem nada, vou convocar as mulheres. Vamos lutar até que a última de nós caia”.
A força de uma guerreira
Digna de um papel heroico, aos 60 anos, Yaa Asantewaa comandou tropas contra homens brancos, o que naquela época era algo que nunca tinha se visto antes: uma mulher liderando. Mas, sim, ela conseguiu vencer a batalha pelo trono! No entanto, após seis meses de luta, os britânicos capturaram sua filha e a forçaram à rendição, sendo também exilada nas ilhas Seychelles.
Yaa Asantewaa - Foto retirada do site Tambores Falantes |
Até hoje o Trono de Ouro continua sendo um símbolo de poder no Gana e Asantewaa a mulher negra, guerreira e africana que liderou uma batalha para defender seu povo do domínio branco. Ela morreu em 17 de outubro de 1921, em Seychelles.
Que mais histórias de mulheres como Yaa Asantewaa possam nos inspirar e acreditar que lutar é preciso, que somos fortes e que podemos conquistar tudo o que quisermos.
Curiosidades
• Em 2000, um museu foi criado em sua memória, em Ejisu, no Gana, com a contribuição de heranças e artigos doados por sua família. Infelizmente, o museu foi destruído em julho de 2004 devido a um incêndio. Grande parte das coisas foi perdida e o museu ainda às ruínas.
• Na música “Triunfo” o rapper Emicida faz menção ao Império Ashanti
“Essa cerimônia marca o começo do retorno do Império Ashanti
Atabaques vão soar como tambores de guerra
Meu exército marchando pelas rua de terra
Pra tirar medalha dos canalha sem aura boa
Um triunfo mermo pra nóis é o sorriso da coroa”
Na Negroblue você encontra estampas para se inspirar e vestir resistência.
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