quinta-feira, 12 de setembro de 2019

O surgimento do Candomblé no Brasil


Durante o período escravocrata, os escravos vindos da África foram proibidos de cultuar suas religiões. Sendo assim, eles faziam uso das imagens de figuras católicas para conseguirem fugir da censura que foi imposta pela igreja. É a partir dessa perspectiva que podemos explicar o sincretismo no Candomblé no Brasil, ou seja, a união de religiões e ideologias que dão origem a outra.
Algumas figuras do Catolicismo sincretizadas com orixás do Candomblé são, por exemplo, Santa Bárbara. Os escravos fingiam cantar para a santa quando, na verdade, o culto era destinado a Iansã, orixá da sexualidade e deusa dos ventos e raios. Já São Lázaro, com suas feridas e chagas, era sincretizado por Omulú, orixá das doenças de pele.
No entanto, o sincretismo ocorreu de forma diferente em vários lugares do Brasil. Dessa forma, no Rio de Janeiro, o deus da guerra Ogum é sincretizado por São Jorge e na Bahia é sincretizado com Santo Antônio. A imagem de São Jorge lutando com armadura e capacete contra um dragão é contrastada com a de Santo Antônio com um bebê em seus braços, que, segundo a Igreja Católica, teria sido um soldado, por isso o sincretismo com Ogum.

Como surgiu o Candomblé no Brasil
É difícil dizer quando o Candomblé surgiu, tendo em vista que sua origem deu-se a partir da mitologia Ioruba. Seu epicentro foi no território de Iorubalândia, região situada no oeste da África, onde hoje é o sudoeste da Nigéria e partes de Benin e do Togo. Ifé foi a cidade de Iorubalância que desenvolveu a mitologia Ioruba. Segundo os arqueólogos, a mesma foi erguida 500 a.C.
O Candomblé chegou ao Brasil no século XVI. Historiadores acreditam que esse nome foi dado a religião Ioruba após a chegada dos escravos ao Brasil e por ter passado por diversas mudanças devido a proibição do seu culto durante esse período, até porque aqui recebia-se escravos de várias partes da África. Cada um cultuando seus deuses de formas diferentes, assim como suas tradições.
Pra quem não sabe, o Candomblé se divide em três nações: a nagô, keto e ijêxa. Dessa forma, a forma de culto são diferentes dadas ao sincretismo que ocorreu nessa época. A partir do século XX, no Rio de Janeiro, surgiu a Umbanda, religião oriunda do Candomblé. Ou seja, Ioruba seria a mãe do Candomblé e avó da Umbanda. Mas é uma história que iremos contar depois.

População candomblecista
Não se sabe exatamente o número de fiéis, no entanto, de acordo com o Suplemento sobre Participação Político-Social da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1998, 0,6 dos chefes de família (ou cônjuges) seguiam cultos afro-brasileiros. No mesmo ano, o Instituto Gallup de Opinião Pública indicou que Candomblé ou Umbanda era a religião de 1,5% da população. O número de fiéis pode ser considerado muito maior, mas muitas pessoas ainda têm medo de revelar a sua religião por medo de sofrer preconceito.
Os dados não param por aqui. A Federação Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Fenatrab) diz que 70 milhões de brasileiros estão ligados direta ou indiretamente a terreiros, seja como praticante ou clientes que, ocasionalmente, pedem bênção ou “serviço”.
Em 1980, o antropólogo Ordep Serra, da Universidade Federal da Bahia, em um convênio com a Prefeitura de Salvador com a Fundação Pró-Memória, mapeou 1.200 terreiros na região metropolitana de Salvador. Em 1984, o sociólogo Reginaldo Prandi, da Universidade de São Paulo, informou que haviam 19.500 terreiros registrados nos cartórios da capital paulista. Hoje, o número pode ser considerado muito maior. Somos muitos!
A Lei Federal de 6292, de 15 de novembro de 1975, com o intuito de preservar a cultura africana, tornou alguns terreiros de Candomblé patrimônio material ou imaterial passível de tombamento.
Há centenas de orixás para serem cultuados. No Brasil, os mais comuns são Oxum, Iansã, Ogum, Xangô, Exú, Oxalá, Oxóssi e Iemanjá.



Foto retirada do site Toda Matéria


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