quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

A coragem da mulher que revolucionou o transporte público dos Estados Unidos


Já ouviu falar a respeito da mulher negra que revolucionou o transporte público dos Estados Unidos? É sobre ela que iremos te contar hoje: Rosa Parks! Durante a década de 1960, em estados americanos do Sul, pessoas negras eram impedidas de votar, entrar em alguns clubes, lojas e igrejas. No transporte público, desde 1900, por lei, os primeiros assentos deveriam ser reservados para os passageiros brancos. Os negros tinham que sentar nos assentos de trás e caso houvesse um branco em pé, eram obrigados a dar preferência a eles, porém a partir do dia 1º de dezembro de 1955 isso iria mudar.
Rosa Parks era uma costureira negra de 42 anos. Morava em Montgomery, capital do estado do Alabama, bastante conhecido por ser o lugar onde ocorriam os maiores conflitos raciais dos Estados Unidos. Nesse dia, Parks voltava cansada do trabalho e com dores nos pés e não quis ceder seu lugar para um branco.
Em 2005, em entrevista ao site Aventuras na História, ela disse que “não imaginava que ficaria envolvida até o pescoço no Movimento Pelos Direitos Civis e muito menos que meu ato naquele dia teria um impacto tão grande. Mas já ansiava e lutava por mudanças há muito tempo”.
No momento em que Parks recusou-se a ceder seu assento, o motorista disse que iria fazer com que a prendessem. Ela continuou: “pode fazer isso”. Assim como dito, Rosa Parks foi presa. No dia seguinte, ela teve sua fiança paga pelo presidente da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), Edgar Nixon, e por seu amigo Clifford Durr. 

Rosa Parks - UNDERWOOD ARCHIVES / GETTY IMAGES
A repercussão
O caso de Rosa Parks causou indignação em Martin Luther King Jr e a outros líderes da NAACP, levando-os a transformar o ocorrido no Movimento Pelos Direitos Civis. A cantora gospel Mahalia Jackson também contribuiu com a causa fazendo shows para ajudar ativistas negros que estavam presos. Os negros de Montgomery se uniram e resolveram boicotar o transporte público da cidade, passando a caminhar vários quilômetros para trabalhar afim de não utilizar mais os ônibus. Tendo em vista que eram eles os maiores usuários da região, houve uma crise financeira.
No dia 21 de dezembro de 1956, 382 dias após o ocorrido, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou que era inconstitucional a segregação racial nos transportes públicos do país. Assim, Parks ficou conhecida como a “mãe do moderno movimento dos direitos civis”. Ela ainda chegou a sofrer ameaças de morte e dificuldades para conseguir emprego.
Em 1992, sua autobiografia foi publicada, “Rosa Parks: My Story”. Em 2002, Parks ficou viúva e passou por dificuldades financeiras. Foi despejada do seu apartamento e devido à comoção nacional, foi ajudada pela igreja batista Hartford Memorial e teve sua dívida perdoada pelo banco.
No dia 24 de outubro de 2005, Rosa Parks faleceu, em Detroit, Michigan, nos Estados Unidos. A ativista teve seu caixão velado com honras da Guarda Nacional do Estado de Michigan.
Curiosidades
·         Em 1997, o estado de Michigan decretou o dia 4 de fevereiro como o Dia de Rosa Parks.
·         Em 1999, o então presidente Bill Clinton condecorou Rosa Parks, aos 88 anos, com a medalha de ouro do Congresso norte-americano.
·         O ônibus em que ocorreu a atitude de Rosa Parks negar ceder o acento faz parte do acervo do The Henry Ford Museum.
São essas mulheres e muitos outras que nos inspiram até hoje a estampar o nosso orgulho. Estampe o seu. Vista Negroblue!





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