Já ouviu falar a respeito da mulher negra que revolucionou o
transporte público dos Estados Unidos? É sobre ela que iremos te contar hoje:
Rosa Parks! Durante a década de 1960, em estados americanos do Sul, pessoas
negras eram impedidas de votar, entrar em alguns clubes, lojas e igrejas. No
transporte público, desde 1900, por lei, os primeiros assentos deveriam ser
reservados para os passageiros brancos. Os negros tinham que sentar nos
assentos de trás e caso houvesse um branco em pé, eram obrigados a dar
preferência a eles, porém a partir do dia 1º de dezembro de 1955 isso iria
mudar.
Rosa Parks era uma costureira negra de 42 anos.
Morava em Montgomery, capital do estado do Alabama, bastante conhecido por
ser o lugar onde ocorriam os maiores conflitos raciais dos Estados Unidos. Nesse dia, Parks
voltava cansada do trabalho e com dores nos pés e não quis ceder seu lugar para
um branco.
Em 2005, em entrevista ao site Aventuras na História, ela
disse que “não imaginava que ficaria envolvida até o pescoço no Movimento Pelos
Direitos Civis e muito menos que meu ato naquele dia teria um impacto tão
grande. Mas já ansiava e lutava por mudanças há muito tempo”.
No momento em que Parks recusou-se a ceder seu
assento, o motorista disse que iria fazer com que a prendessem. Ela continuou:
“pode fazer isso”. Assim como dito, Rosa Parks foi presa. No dia seguinte, ela
teve sua fiança paga pelo presidente da Associação Nacional para o Progresso de
Pessoas de Cor (NAACP), Edgar Nixon, e por seu amigo Clifford Durr.
A repercussão
O caso de Rosa Parks causou indignação em Martin
Luther King Jr e a outros líderes da NAACP, levando-os a transformar o ocorrido
no Movimento Pelos Direitos Civis. A cantora gospel Mahalia Jackson também
contribuiu com a causa fazendo shows para ajudar ativistas negros que estavam
presos. Os negros de Montgomery se uniram e resolveram boicotar o transporte
público da cidade, passando a caminhar vários quilômetros para trabalhar afim
de não utilizar mais os ônibus. Tendo em vista que eram eles os maiores
usuários da região, houve uma crise financeira.
No dia 21 de dezembro de 1956, 382 dias após o
ocorrido, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou que era inconstitucional
a segregação racial nos transportes públicos do país. Assim, Parks ficou
conhecida como a “mãe do moderno movimento dos direitos civis”. Ela ainda
chegou a sofrer ameaças de morte e dificuldades para conseguir emprego.
Em 1992, sua autobiografia foi publicada, “Rosa
Parks: My Story”. Em 2002, Parks ficou viúva e passou por dificuldades
financeiras. Foi despejada do seu apartamento e devido à comoção nacional, foi
ajudada pela igreja batista Hartford Memorial e teve sua dívida perdoada pelo
banco.
No dia 24 de outubro de 2005, Rosa Parks faleceu, em
Detroit, Michigan, nos Estados Unidos. A ativista teve seu caixão velado com
honras da Guarda Nacional do Estado de Michigan.
Curiosidades
·
Em
1997, o estado de Michigan decretou o dia 4 de fevereiro como o Dia de Rosa
Parks.
·
Em
1999, o então presidente Bill Clinton condecorou Rosa Parks, aos 88 anos, com a
medalha de ouro do Congresso norte-americano.
·
O
ônibus em que ocorreu a atitude de Rosa Parks negar ceder o acento faz parte do
acervo do The Henry Ford Museum.
São essas mulheres e muitos outras que nos inspiram até
hoje a estampar o nosso orgulho. Estampe o seu. Vista Negroblue!
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