terça-feira, 7 de maio de 2019

O negro diante da indústria cinematográfica – Oportunidade e inclusão

A presença de negros e protagonistas negros no cinema e na indústria do entretenimento em geral ainda é bastante questionável. A representatividade tem um longo caminho para percorrer. Marian Wright Edelman, negra e ativista americana pelos direitos das crianças, diz que “você não pode ser o que você não pode enxergar”. A comunidade negra precisa de mais oportunidades e inclusão no audiovisual e isso é um fato. Ano passado, 14% dos 100 filmes mais lucrativos de Hollywood foram dirigidos por negros, o que é um bom resultado já que esse número subiu 270% se comparado a 2017.

Vale lembrar que, recentemente, o diretor Jordan Peele causou um pouco de polêmica nas redes sociais quando disse que não se vê escalando pessoas brancas para serem protagonistas de seus filmes. Um diretor negro escalando protagonistas negras em seus filmes. Seria isso um tipo de racismo reverso? Bom, há quem acredite.

Além do mais, a gente sabe que o audiovisual é um ambiente ocupado pelo homem branco e pelo machismo. Para as mulheres negras, a falta oportunidade vem em dobro: pois além de mulheres, são negras. Exemplo disso é que após 67 anos de Emmy Awards, a primeira mulher negra a ganhar um Emmy como melhor atriz na categoria Drama por How to Get Away With Murder foi Viola Davis. Essa mulher é maravilhosa, né? A gente sabe!



Em seu discurso, Davis diz que “a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem". E tá errada? Então, pra gente ajudar a enriquecer o debate sobre a valorização do negro e da sua identidade, além do seu contexto histórico, separamos 7 filmes para você.

Mississipi em Chamas (1988)
Rupert Anderson (Gene Hackman) e Alan Ward (Willem Dafoe) são dois agentes do FBI que investigam a morte de três militantes negros contra a segregação racial. As vítimas viviam em uma pequena cidade dos Estados Unidos onde o racismo é visível e a violência contra a comunidade negra faz parte da rotina.



A Cor Púrpura (1985)
Em 1906, em uma pequena cidade da Georgia, sul dos Estados Unidos, a quase adolescente Celie, violentada pelo próprio pai, torna-se mãe de duas crianças. Separada dos filhos, Celie (Whoopi Goldberg, que foi indicada ao Oscar de melhor atriz por este filme em 1985), é doada à Mister (Danny Glover, de Máquina Mortífera), que a trata como companheira e escrava ao mesmo tempo. Cada vez mais calada e solitária, Celie passa a compartilhar sua tristeza em carta. Baseado no livro de Alice Walker, A Cor Púrpura recebeu 11 indicações ao Oscar em 1985 e é considerado um clássico do cinema.


Histórias Cruzadas (2011)
De 2011, o filme se passa em uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos numa época em a descriminação racial começava a ser debatida na sociedade norte-americana, muito por conta da presença de Martin Luther King. A trama tem Skeeter (Emma Stone) como protagonista. Ela é uma garota da alta sociedade que quer se tornar escritora. Com interesse no debate racial, ela busca entrevistar uma série de mulheres negras que se viram obrigadas a abandonar suas vidas para cuidar da criação dos filhos.



12 anos de escravidão (2013)
12 Anos de Escravidão é baseado na verdadeira história de um homem que luta por sobrevivência e liberdade. Na época pré-Guerra Civil dos Estados Unidos, Solomon Northup, um homem negro livre do norte de Nova York, é sequestrado e vendido como escravo. Diante da crueldade de um dono de escravos e de gentilezas inesperadas, ele luta não só para se manter vivo, mas também para manter sua dignidade. O filme de McQueen arranca lágrimas de indignação e escancara o absurdo de toda a situação. Link para assistir.

Selma: Uma luta pela igualdade (2014)
Selma narra a luta histórica do dr. Martin Luther King Jr. para garantir o direito ao voto para os afro-americanos – uma campanha perigosa e apavorante que culminou na épica marcha de Selma a Montgomery, no Alabama, que galvanizou a opinião pública americana e persuadiu o presidente Johnson a apresentar a Lei do Direito ao Voto de 1965. Link para assistir.

Pantera Negra (2018)
O primeiro filme solo deste herói da Marvel traz uma ode ao protagonismo negro nas telonas. Na história, T’Challa (Chadwick Boseman), retorna ao reino de Wakanda após a morte do pai para participar da cerimônia de coroação. O longa faz menções claras sobre a evolução tecnológica dos países africano, além de trazer um ponto de vista crítico sobre a relação entre pessoas negras de origens distintas.



Infiltrado no Klan (2018)
Em 1978, Ron Stallworth, um policial negro do Colorado, consegue se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunica com os outros membros do grupo por meio de telefonemas e cartas, e quando precisava estar fisicamente presente envia um outro policial branco em seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron fica próximo do líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.


E você? Tem alguma boa dica de filme? Comenta aí!

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