sexta-feira, 28 de junho de 2019

Afrofuturismo: homens e mulheres negras no centro

Você já deve ter ouvido falar no termo Afrofuturismo, mas você sabe como esse termo surgiu? A gente te conta. Chega mais!
O Afrofuturismo é um movimento que recria o passado misturando história, mitologia e tradições africanas, ficção científica e arte. É como se fosse a criação de uma identidade futurista através do passado africano com espiritualidade, ciência, tecnologia e arte. Sendo assim, o Afrofuturismo protagoniza o afrodescendente que sempre teve uma identidade apagada, o insere para ser visto através de outra perspectiva e busca servi-lo de afro-inspiração.
Um dos pioneiros do movimento afrofuturista foi o compositor de jazz, poeta, filósofo e produtor Herman Poole Blount, mais conhecido como Sun Ra. Ele pontuava a conexão com o passado, com o místico e primitivo, afirmava não ser do planeta terra, mas sim de Saturno e se autodenominava “O Deus da Raça”.

Sun Ra
O Afrofuturismo surgiu na década de 60, mas só se tornou de fato um movimento cultural a partir de 1994, graças ao escritor americano Mark Dery que o trouxe para um ensaio chamado Black To The Future: ficção científica e cybercultura do século XX a serviço de uma apropriação imaginária da experiência e da identidade negra, vindo a ser uma definição da estética futurista afro.


Mark Dery
Com a desordem entre o fim das guerras civis na África e a reconstrução das cidades atingidas, artistas africanos como Kia Henda e Nástio Mosquito criaram suas próprias interpretações e acrescentaram a importância do debate sobre o negro ser muitas vezes retratado em Hollywood, por exemplo, como algo pejorativamente exotizado. Em matéria publicada na Folha de S. Paulo em 2010, Mosquito diz “Mostro como identificam o exotismo no africano e como isso propagou a imagem do negro, do preto, do tribal, o que constrói todo o preconceito.”
Artistas como Janelle Monáe e Outkast ajudaram a desmistificar essa imagem exótica do negro vista pela indústria cinematográfica americana e inseriram jazz, ficção científica e psicodelia tanto em seus trabalhos, quanto na estética.



Em 2014, houve um evento chamado MoMA PS1, o Moondance, celebrando a cultura afrofuturista com leituras, danças e experiências de música ao vivo.



Um bom exemplo de movimento estético-artístico Afrofuturista é o filme Pantera Negra, que coloca homens e mulheres negros no centro através da mistura de fantasias, tecnologia e referências africanas pré-diáspora. 

Estética

Referências ao misticismo, primitivo e mitologia africana:





 Roupas sobrepostas, alongadas e com várias camadas:


Elementos com mood Sci-Fi:


Cabelos descoloridos:


Metais/Specchio:


Makes em tons de azul e roxo:


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