As tranças nagô são vistas como símbolo de resistência
dentro da comunidade negra. Pra quem não conhece, elas são as famigeradas
tranças raiz, aquelas feitas bem no couro cabelo. Seu significado vai muito
além da beleza e a gente vai te explicar isso direitinho.
Na cultura africana, a trança nagô pode significar diversas
coisas como: identificar tribos, estado civil, classe social, família e em
alguns casos até mesmo um problema pessoal. Há também penteados que são
específicos para cerimônias de casamento ou eventos religiosos.
Já dizia Emicida em sua música Yasuke: “resistência mocada
na trança, beleza guerreira”. Durante o período escravocrata, tanto no Brasil
quanto em países da América Latina, como a Colômbia, as tranças eram utilizadas
como instrumento de comunicação. E sabe como? Os desenhos que as mulheres
negras faziam umas nas cabeças das outras serviam para traçar rotas de fugas
para os quilombos.
Fonte: Las Pretas
O tráfico de navios negreiros criou identidades com termos
étnicos como Nagô, Angolas, Jejes e Fulas. Cada termo pertencia a uma enorme
variedade de tribos escravizadas de cada região, como, por exemplo, o Nagô, que
era o nome dado aos negros da Costa dos Escravos que falavam Iorubá.
As tranças eram uma forma de manter suas raízes e
resistências, o que também não é muito diferente nos dias atuais. Elas também
serviram para fortalecer diversos movimentos como a Marcha dos Direitos Civis
nos Estados Unidos, os movimentos Black Power e Panteras Negras.
Toda a nossa vida foi e é baseada em resistência. Carregamos
muito mais que estilo e beleza na cabeça. Levamos nossa cultura, luta e
orgulho. O negro vive!
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