terça-feira, 4 de junho de 2019

Trançando resistência


As tranças nagô são vistas como símbolo de resistência dentro da comunidade negra. Pra quem não conhece, elas são as famigeradas tranças raiz, aquelas feitas bem no couro cabelo. Seu significado vai muito além da beleza e a gente vai te explicar isso direitinho.
Na cultura africana, a trança nagô pode significar diversas coisas como: identificar tribos, estado civil, classe social, família e em alguns casos até mesmo um problema pessoal. Há também penteados que são específicos para cerimônias de casamento ou eventos religiosos.
Já dizia Emicida em sua música Yasuke: “resistência mocada na trança, beleza guerreira”. Durante o período escravocrata, tanto no Brasil quanto em países da América Latina, como a Colômbia, as tranças eram utilizadas como instrumento de comunicação. E sabe como? Os desenhos que as mulheres negras faziam umas nas cabeças das outras serviam para traçar rotas de fugas para os quilombos. 

Fonte: Las Pretas

O tráfico de navios negreiros criou identidades com termos étnicos como Nagô, Angolas, Jejes e Fulas. Cada termo pertencia a uma enorme variedade de tribos escravizadas de cada região, como, por exemplo, o Nagô, que era o nome dado aos negros da Costa dos Escravos que falavam Iorubá.
As tranças eram uma forma de manter suas raízes e resistências, o que também não é muito diferente nos dias atuais. Elas também serviram para fortalecer diversos movimentos como a Marcha dos Direitos Civis nos Estados Unidos, os movimentos Black Power e Panteras Negras.
Toda a nossa vida foi e é baseada em resistência. Carregamos muito mais que estilo e beleza na cabeça. Levamos nossa cultura, luta e orgulho. O negro vive!


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