segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O sincretismo religioso com Oxalá no período natalino

Na época do Brasil Colônia, os indígenas e negros africanos que foram escravizados eram proibidos de cultuar, se expressar ou fazer seus rituais de acordo com suas religiões por uma questão de preconceito e/ou até mesmo medo que seus senhores sentiam. Aos escravos era imposto que se convertessem ao catolicismo e adorassem suas santidades. Caso não fosse aceito, recebiam severos castigos. Por isso, a existência da missão Jesuíta, a fim de converter e “limpar” esses povos das impurezas espirituais.
A maneira que os escravos encontraram para contornar essa proibição foi através do sincretismo religioso. Sendo assim, eles associavam seus orixás aos santos católicos que mais pudessem ter semelhanças e representar um ao outro. O sincretismo permanece até hoje, no entanto a representação dos orixás com os santos católicos variam de cidade para cidade.
O primeiro grupo de africanos a chegar ao Brasil foram os de origem iorubá, atual região da Nigéria, Benin e Togo. Os iorubas pertenciam à religião do candomblé, possuindo 16 orixás cultuados. O mesmo vale para umbanda, uma religião genuinamente brasileira e que surgiu na década de 30 no Rio de Janeiro. Ela une elementos do candomblé, catolicismo e espiritismo e representa as divindades com imagens diferentes. Além disso, os umbandistas cultuam outros três espíritos: o preto-velho, o caboclo e a pomba-gira.

Sincretismo
Como estamos no período natalino, o orixá que é sincretizado com Jesus Cristo é Oxalá. Tanto no candomblé como na umbanda, ele é a divindade que criou a humanidade. Também foi Oxalá quem criou o pilão para preparar o inhame e é considerado como o criador da cultura material. É ele quem leva compreensão e sossego e proporciona harmonia para os homens. Oxalá é o “pai dos orixás” e está ligado ao princípio da morte e equilíbrio do universo e é quem decide o fim de todos os seres. 

Oxalá – Foto: reprodução da internet

Sua cor é o branco, sua saudação é o “Epa Babá”, seu símbolo é a mão de pilão, opaxorô (cajado), seu elemento é o ar, suas comidas são o inhame, acaçá, arroz, canjinha e cuscuz. Oxalá é quem nos proporciona felicidade, progresso e saúde. É líder, generoso, benevolente, responsável, confuso, ansioso e rígido.
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