Angela Davis, mulher, negra, ativista,
feminista e professora americana é considerada uma das maiores vozes do
movimento negro norte-americano e também até já foi considerada uma das
fugitivas mais “perigosas” pelo FBI. A filósofa e ativista do feminismo negro
fez parte dos Panteras Negras e se tornou bastante conhecida mundialmente pela
campanha “Libertem Angela Davis”, quando foi presa na década de 1970. Davis já
publicou diversos livros, sendo “Mulheres, raça e classe” um dos mais
conhecidos.
Angela Yvonne Davis nasceu em 26 de janeiro de
1944, no Alabama, Estados Unidos. Ela cresceu na cidade de Birmingham, em um
bairro que era marcado pela tradição de explodir casas de famílias e igrejas de
negros e de preferência com as famílias dentro do local. Na época, um dos
grupos civis mais populares era o Ku Klux Klan, conhecidos por linchar,
perseguir e enforcar negros.
Angela
sempre chamou a atenção por sua inteligência desde muito cedo. Ainda no
colegial, conseguiu uma bolsa para estudar Literatura Francesa em Nova Iorque.
Em 1960, ficou dois anos em Frankfurt, Alemanha, dos professores reconhecidos
Theodor Adoro e Oscar Negt. Entre 1963 e 1964, estudou Literatura na escola
Sorbonne, em Paris. De volta aos Estados Unidos, estou Filosofia na conceituada
Universidade de Brandeis, no estado de Massachusetts. Após concluir o curso,
Davis volta para Alemanha para realizar sua pesquisa de mestrado que fazia na
Universidade da Califórnia, concluído em 1968.
Em 1969, Davis foi demitida do seu cargo de
professora na Universidade da Califórnia por ter se associado ao partido
comunista americano e aos Panteras Negras. No começo dos anos 1970, Angela
Davis entrou para a lista dos 10 mais perigosos dos Estados Unidos, sendo
condenada e presa sem provas.
Cartaz de produra de Angela Davis – Foto: reprodução da internet
Uma verdadeira campanha pela libertação da
intelectual foi criada em todo o país. Para se ter noção da força do movimento,
as canções “Angela” do John Lennon e Yoko Ono e “Sweet Black Angel” dos Rolling
Stones foram compostas em tributo à Angela Davis.
Angela havia sido presa estudar o caso de três
jovens negros que haviam sido acusados de matar um policial. No dia do
julgamento, um dos jovens estava armado no tribunal. O evento acabou com a
morte dos três réus e do juiz. Sendo assim, Angela teria sido acusada de ter
comprado a arma que foi usada pelo jovem. Em 1973, após um ano e meio presa, o
júri – que era comporto por pessoas brancas – concluiu que Angela era inocente
e que mesmo que houvesse provas que as armas
tivessem sido compradas por ela, não era suficiente para liga-la
diretamente aos crimes.
Após a prisão, Davis se tornou professora de
história, estudos étnicos, estudos femininos e história da consciência nas
conceituadas universidades do seu país. A ativista chegou a se candidatar a
vice-presidente dos Estados Unidos em 1980 e 1984, sendo companheira de Gus
Halls, presidente do Partido Comunista americano, no entanto a votação foi
irrelevante. Angela seguiu no ativismo político e chegou a escrever vários
livros, principalmente quando o assunto eram as condições carcerárias dos
Estados Unidos.
Um dia após a posse do presidente dos EUA,
Donald Trump, Davis discursou na Marcha das Mulheres, que reuniu mais de 3
milhões de pessoas pelo mundo, o que superou a própria posse de Trump, em
Washington.
Angela Davis segue sua militância política e é vista
com grande admiração por seu discurso progressista, mostrando como a
discriminação da mulher negra e a supremacia branca refletem até hoje nos
diversos problemas raciais. São mais de sete décadas levantando sua voz para um
sistema mais justo e igualitário. Sem dúvidas, um dos maiores nomes do ativismo
negro.
Algumas
obras de Angela Davis em português
·
Mulheres, Raça e Classe – 2016
·
Mulheres, Cultura e Política – 2017
·
A liberdade é uma luta constante – 2018
·
Estarão as prisões obsoletas? – 2018
·
Angela Davis: uma autobiografia – 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário