quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Conheça Angela Davis, um dos maiores nomes do ativismo negro


Angela Davis, mulher, negra, ativista, feminista e professora americana é considerada uma das maiores vozes do movimento negro norte-americano e também até já foi considerada uma das fugitivas mais “perigosas” pelo FBI. A filósofa e ativista do feminismo negro fez parte dos Panteras Negras e se tornou bastante conhecida mundialmente pela campanha “Libertem Angela Davis”, quando foi presa na década de 1970. Davis já publicou diversos livros, sendo “Mulheres, raça e classe” um dos mais conhecidos.

Angela Yvonne Davis nasceu em 26 de janeiro de 1944, no Alabama, Estados Unidos. Ela cresceu na cidade de Birmingham, em um bairro que era marcado pela tradição de explodir casas de famílias e igrejas de negros e de preferência com as famílias dentro do local. Na época, um dos grupos civis mais populares era o Ku Klux Klan, conhecidos por linchar, perseguir e enforcar negros.

 Angela sempre chamou a atenção por sua inteligência desde muito cedo. Ainda no colegial, conseguiu uma bolsa para estudar Literatura Francesa em Nova Iorque. Em 1960, ficou dois anos em Frankfurt, Alemanha, dos professores reconhecidos Theodor Adoro e Oscar Negt. Entre 1963 e 1964, estudou Literatura na escola Sorbonne, em Paris. De volta aos Estados Unidos, estou Filosofia na conceituada Universidade de Brandeis, no estado de Massachusetts. Após concluir o curso, Davis volta para Alemanha para realizar sua pesquisa de mestrado que fazia na Universidade da Califórnia, concluído em 1968.

Em 1969, Davis foi demitida do seu cargo de professora na Universidade da Califórnia por ter se associado ao partido comunista americano e aos Panteras Negras. No começo dos anos 1970, Angela Davis entrou para a lista dos 10 mais perigosos dos Estados Unidos, sendo condenada e presa sem provas.


Cartaz de produra de Angela Davis – Foto: reprodução da internet

Uma verdadeira campanha pela libertação da intelectual foi criada em todo o país. Para se ter noção da força do movimento, as canções “Angela” do John Lennon e Yoko Ono e “Sweet Black Angel” dos Rolling Stones foram compostas em tributo à Angela Davis.


Campanhas pela libertação de Angela Davis – Foto: reprodução da internet

Angela havia sido presa estudar o caso de três jovens negros que haviam sido acusados de matar um policial. No dia do julgamento, um dos jovens estava armado no tribunal. O evento acabou com a morte dos três réus e do juiz. Sendo assim, Angela teria sido acusada de ter comprado a arma que foi usada pelo jovem. Em 1973, após um ano e meio presa, o júri – que era comporto por pessoas brancas – concluiu que Angela era inocente e que mesmo que houvesse provas que as armas tivessem sido compradas por ela, não era suficiente para liga-la diretamente aos crimes.


Após a prisão, Davis se tornou professora de história, estudos étnicos, estudos femininos e história da consciência nas conceituadas universidades do seu país. A ativista chegou a se candidatar a vice-presidente dos Estados Unidos em 1980 e 1984, sendo companheira de Gus Halls, presidente do Partido Comunista americano, no entanto a votação foi irrelevante. Angela seguiu no ativismo político e chegou a escrever vários livros, principalmente quando o assunto eram as condições carcerárias dos Estados Unidos.

Um dia após a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, Davis discursou na Marcha das Mulheres, que reuniu mais de 3 milhões de pessoas pelo mundo, o que superou a própria posse de Trump, em Washington.


Angela Davis segue sua militância política e é vista com grande admiração por seu discurso progressista, mostrando como a discriminação da mulher negra e a supremacia branca refletem até hoje nos diversos problemas raciais. São mais de sete décadas levantando sua voz para um sistema mais justo e igualitário. Sem dúvidas, um dos maiores nomes do ativismo negro.

Angela Davis – Foto: reprodução da internet


Algumas obras de Angela Davis em português
·         Mulheres, Raça e Classe – 2016
·         Mulheres, Cultura e Política – 2017
·         A liberdade é uma luta constante – 2018
·         Estarão as prisões obsoletas? – 2018
·         Angela Davis: uma autobiografia – 2019









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