sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Dica de intelectuais negras brasileiras para ler


A leitura é um poderoso instrumento e aliado do conhecimento quando precisamos buscar mais informações e fortalecer nossas identidades. Mesmo vivendo em um país em que os negros são a maioria da população, fazemos parte de uma sociedade preconceituosa e racista. É preciso entender como as questões sociais, de raça, de gênero e classe funcionam para pessoas negras. Te convidamos a conhecer algumas das diversas intelectuais negras do Brasil. Vamos lá?

Começaremos com Maria Beatriz Nascimento, nascida em Aracaju, Sergipe. Ela foi historiadora, pesquisadora, roteirista, poeta e ativista pelos direitos humanos dos negros e mulheres. Maria Beatriz estudava temas relacionados ao racismo e povos quilombolas. Participava e propunha discussões raciais especialmente no meio acadêmico. Foi autora do documentário Ôrí (1989), onde aborda o relacionamento entre o Brasil e a África apresentando os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988. Maria Beatriz faleceu em 1995, vítima de violência. Ela foi assassinada com cinco tiros pelo marido de uma amiga por aconselhar e defendê-la contra as violências domésticas que sofria.


Maria Beatriz Nascimento – Foto retirada do site Arquivo Nacional

Lélia González foi uma ativista e intelectual negra. Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Lélia é bastante conhecida por o racismo e sexismo como formas de violência que subalterniza mulheres negras. Era graduada em História e Geografia, tinha mestrado em Comunicação e doutorado em Antropologia Política. Ela ajudou a fundar o Movimento Negro Unificado (MNU) e fez parte da Assessoria Política do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras.

Lélia González – Foto: reprodução da internet

Já ouviu falar em Djamila Ribeiro? Ela é filósofa, feminista e acadêmica. Ela é bastante conhecida na internet pelo seu ativismo, se tornando uma das principais vozes no combate ao racismo. Além disso, também é conhecida por suas obras “O que é lugar de fala?”, “Quem tem medo do feminismo negro” e “Pequeno manual antirracista”. A intelectual nasceu em Santos, São Paulo, em 1º de agosto de 1980. Djamila foi responsável por escrever o prefácio da obra inédita no Brasil “Mulheres, raça e classe”, da filósofa negra e feminista Angela Davis. É possível acompanhá-la em eventos, documentários, debates sobre raça e gênero e nas redes sociais.

Djamila Ribeiro – Foto: reprodução da internet

A escritora Conceição Evaristo é mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Conceição nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1946. Participa de movimentos de valorização da cultura negra no Brasil. Sua estreia deu-se em 1990 quando passou a publicar obras na série Cadernos Negros, publicadas pelo coletivo cultural Quilombhoje. Em suas obras, encontramos temas como discriminação racial, de gênero e classe. Conceição também participa de publicações na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Seus contos são objeto de estudos tanto no Brasil quanto no exterior.

Conceição Evaristo – Foto retirada do site a Criatura

Conhece Sueli Carneiro? Ela é filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. É fundadora e diretora do portal Geledés – Instituto da Mulher Negra, está entre as principais autoras do feminismo negro no país e é doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Sueli criou o único programa brasileiro de orientação na área da saúde específico para mulheres negras. Suas diversas produções são voltadas para as relações raciais e de gênero. Possui mais de 150 artigos publicados em jornais e revistas e 17 livros.

Sueli Carneiro – Foto retirada do site Marie Clarie

Neusa Santos Souza era psiquiatra, psicanalista e escritora nascida na Bahia. Militava contra o preconceito e por igualdade racial. Além de outras contribuições em artigos, crônicas e publicações em jornais e revistas, Neusa publicou o livro “Tornar-se negro” (Graal, 1983) onde mostra o estudo sobre a vida emocional dos negros, reflexões sobre o custo emocional de negar a própria cultura e o próprio corpo. Neste livro, a autora sobre a rejeição do negro por seu aspecto exterior e que é necessário ter consciência para que isso se inverta. Inclusive, sua obra é considerada como primeira referência sobre questão racial na psicologia.

Neusa Santos Souza – Foto retirada do site Skoob

Essas e muitas outras intelectuais negras possuem uma grande contribuição para a comunidade negra. Esperamos que você possa fazer uma boa leitura! Breve, daremos mais dicas, fique ligado em nosso blog.










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