Como estamos falando de saúde, vamos relembrar alguns pesquisadores negros que marcaram a história por seus grandes feitos e quebraram barreiras desde muito cedo diante da sociedade racista, machista e preconceituosa que bem conhecemos. Até hoje, estar diante de médicos negros ainda gera bastante estranheza para muita gente.
Vamos começar pela primeira médica negra do Brasil. Maria Odília Teixeira se formou em medicina no dia 15 de dezembro de 1909. A baiana do município de São Félix do Paraguaçu, a 110km da capital Salvador, também foi a primeira professora negra da Faculdade de Medicina da Bahia, lecionando Clínica Obstétrica. Diferente das sete médicas anteriores que estudaram sobre tocoginecologia ou pediatria, Maria Odília teve como tese inaugural a pesquisa de tratamentos da cirrose.
Maria Odília Teixeira - Foto: reprodução da internet |
O que você sabe sobre Patricia Bath? Ela foi responsável por inventar o tratamento mais preciso para catarata, doença responsável por uma das principais causas de cegueira no mundo. Bath nasceu no bairro do Harlem, em Nova York (EUA), formou-se em medicina pela Universidade Howard. Ela patenteou a “Laserphaco Probe”, cirurgia de catarata fotossensível a laser, abreviação do inglês. A tecnologia ajuda dissolver a catarata e é a menos dolorosa. Seu uso fez com que pacientes que estavam cegos por mais de 30 anos pudessem recuperar sua visão.
A pesquisa de Bath também alertou que pessoas negras tinham oito vezes mais chances de desenvolver glaucoma e duas vezes mais chances de ficarem cegos com a doença. Ela foi a primeira afro-americana a concluir residência em oftalmologia em 1973.
Patricia Bath - Reprodução da internet |
Aqui no blog, já falamos sobre Juliano Moreira, o homem negro que revolucionou a psiquiatria no Brasil. Nasceu em 1873, em Salvador (BA), e se formou pela Faculdade de Medicina da Bahia. Ele é considerado o fundador da psiquiatria no país. Conseguiu humanizar os tratamentos dos pacientes, abolindo a camisa de força e as grades de ferro nas janelas. Marcou sua obra combatendo o racismo científico existente no início do século XX, onde se acreditava que doenças físicas ou mentais tivessem relação com a miscigenação. Juliano costumava bater de frente com aqueles que diziam que os negros eram intelectualmente inferiores e que a miscigenação explicava a loucura em pacientes.
Juliano Moreira - Foto: reprodução da internet |
Esses são alguns dos negros que entraram para área de saúde e deixaram seus nomes gravados na história do Brasil e do mundo. Ainda há muitas barreiras para vencer diante do preconceito, racismo e machismo que negros e negras enfrentam quando resolvem quebrar os paradigmas e ocupar lugares considerados majoritariamente brancos. Essa situação tem mudado, mesmo que a passos lentos. Como vocês sabem, é sobre resistência. Iremos ocupar!
Referências
Brasil Escola
CREMEB
G1
Blog Nei Lopes
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